“Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma
continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia de
nossa palavra. O professor, assim não morre jamais...”
Rubem
Alves (2000)
"Fragmento da monografia"
Capitulo que trata da relação inter e intra pessoal no processo de aprendizagem em grupo
A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM
3.2 A RELAÇÃO INTER E INTRAPESSOAL NO PROCESSO
DE APRENDIZAGEM EM GRUPO
Segundo o aluno D (EJA) as relações em sala de aula são importantes pois
“conversar referente a assuntos da escola, o andamento da aula, as idéias dos
colegas, mantendo uma amizade onde o ambiente não é pesado e podemos até, uma
vez que outra contar”causos” é muito bom”. A aluna D (EJA) expressa seu sentimento
dizendo “Sou bem recebida tanto pelos colegas como pelas professoras que nos
tratam com carinho”. Já a aluno B (3ª série), destaca que gosta de fazer grupos
em sala de aula e diz “Gosto de” me encostar “com os colegas, me sinto bem e
aprendo muitas coisas.”
É interessante destacar que o autoconhecimento e a capacidade de
controlar as emoções favorece a relação interpessoal do aluno com seu professor
e com os demais membros do grupo
despertando-o para a aprendizagem. A esse processo Daniel Goleman define
como Inteligência Emocional.
Inteligência Emocional é o conjunto de habilidades que compreende,
gerencia e expressa os valores e aspectos sociais e emocionais da vida do ser
humano e que permite o manejo bem
sucedido das tarefas diárias como formação de relacionamentos, solução de
problemas e adaptações às complexas demandas
e exigências do crescimento e desenvolvimento, incluindo a autoconsciência, o controle da
impulsividade, o trabalho cooperativo e o interesse sobre si mesmo e os outros.
A inteligência emocional está relacionada ao desenvolvimento de inúmeras
habilidades tais como: motivar-se e persistir em face de frustrações, controlar
impulsos, canalizar emoções para situações apropriadas, motivar e engajar-se a
objetivos de interesse comum. Então:
“Quando
falo em educação como intervenção me refiro tanto a que aspira à mudanças radicais na sociedade, no campo da
economia das relações humanas,da propriedade do direito ao trabalho, à terra, à
educação, à saúde, quanto a que, pelo contrário, reacionariamente, pretende imobilizar a
História manter a ordem injusta.” (FREIRE, Paulo, 2002. p.23).
A vida é um constante
relacionar-se e para que o ser humano tenha consciência desta prática necessita
em primeira instância, conhecer-se para posteriormente conhecer o outro.
Daniel Goleman (1995), mapeia a
inteligência emocional em habilidades assim definidas: autoconhecimento
emocional; controle emocional; automotivação;
reconhecimento das emoções em outras pessoas e relacionamentos
interpessoais.Segundo o autor, as três primeiras habilidades constituem a
inteligência intrapessoal e as duas
últimas como inteligência interpessoal.
A inteligência interpessoal pode ser
identificada como um conjunto de habilidades para entender outras pessoas , o
que as motiva, como trabalham e como trabalhar cooperativamente, possuindo
aspectos relevantes às situações de relacionamento envolvendo liderança,
mediação de soluções, sintonia pessoal (empatia) e sensibilidade pessoal.
Vejamos o que diz o aluno B (EJA) “Entre os
mais velhos nos entendemos bem, os mais jovens têm outra visão das coisas e
fica difícil o entendimento; não temos os mesmos pensamentos”. A aluna B (EJA)
“Em sala de aula há diálogo entre os colegas, cada um fala o que pensa,
trazendo novas idéias”.
A
Inteligência Intrapessoal trata das habilidades de autoconhecimento
emocional, controle das emoções e automotivação. Aprendendo identificar e controlar a emoção e solucionar
problemas, o aluno poderá participar da vida em grupo sendo reconhecido
coletivamente e terá condições de
analisar, resolver conflitos, diminuir a
agressividade e encontrar o ponto gerador do aprendizado.
As relações do individuo no grupo são por isso
mesmo, importante não só para o aprendizado social, mas fundamentalmente, para
a tomada de consciência de sua personalidade. A confrontação com os
companheiros permite-lhe constatar que é um entre os outros, e que ao mesmo
tempo, é igual e diferente deles. Enfim, as vidas afetivas, sociais e
intelectuais supõe, efetivamente, a vida social. O objetivo educacional, se quiser
sobreviver, deve tornar-se a facilitação de mudança e aprendizagem. Por esse
ponto de vista, o único homem educado é o homem que aprendeu a aprender: o
homem que aprendeu a adaptar-se e mudar, que percebe que nenhum conhecimento é
seguro e que só o processo de buscar conhecimento dá alguma base para a segurança. Só de um contexto interpessoal
no qual a aprendizagem seja facilitada surgirão “verdadeiros estudantes, reais
aprendizes, cientistas e intelectuais criativos-praticantes, indivíduos da
espécie capazes de viver em um equilíbrio delicado, mas sempre mutável,entre o
que é atualmente conhecido e os fluentes, móveis e mutáveis problemas e fatos do
futuro”.
Facilitação de aprendizagem não é equivalente
a ensino como é comumente definido. Não depende necessariamente, por exemplo,
de aptidões particulares do líder,nem de seu conhecimento erudito, nem de seu
planejamento curricular, nem do uso de recursos audiovisuais. Não depende de
aprendizagem programada, aula, relatórios orais ou mesmo livros, lápis e
papéis. Qualquer destes pode, naturalmente, ser utilizado como recurso. De
fato, um facilitador de aprendizagem é
somente isso em relação ao aprendiz, um recurso, mas um recurso vivo. O facilitador só pode
funcionar na relação interpessoal com o aprendiz. É esta relação que deve,
portanto, ser de primordial importância em qualquer cenário educacional. A
primeira dessas atitudes essenciais é a realidade ou genuidade. O professor
para ser um facilitador, precisa despojar-se do tradicional “papel”,
“máscara”ou “fachada” de ser “O PROFESSOR” e tornar-se uma pessoa real com seus
alunos. Isso significa que os sentimentos que está tendo, sejam quais forem, necessitam
de aceitação e transparência para com seus alunos. Se estiver entediado ou
zangado, entusiasmado ou com simpatia, pode estar assim livremente, sem
precisar impor isso aos alunos. Estudantes deveriam ser livres para responder
de tal maneira, contudo nos parece que somente o professor tem o direito de
demonstrar seus sentimentos.
Uma segunda atitude que deve
impregnar a relação professor-aluno é o nascimento de confiança e aceitação,
considerando-se digno e valioso. Isso envolve preocupação , mas não de natureza
possessiva ou controladora. É a
aceitação do outro como uma pessoa
separada, como sendo digna por seu próprio direito e como merecedora de plena
oportunidade de buscar, experimentar e descobrir aquilo que o engrandece.Como a
aprendizagem pode muitas vezes envolver uma mudança organizada do eu, isso
ocorre mais freqüentemente quando ameaças externas ao “eu” estão minimizadas. E
finalmente, em qualquer relação que deva ocorrer aprendizagem, precisa haver
comunicação entre as pessoas envolvidas.
Comunicação por natureza, só é possível em um
clima caracterizado por compreensão empática. Um facilitador de aprendizagem
deve ser sensivelmente consciente da maneira como o processo de educação e
aprendizagem parece ser para o estudante. Os aprendizes, para serem bem
sucedidos em suas tarefas, precisam de
comunicação. Precisam, acima de tudo, ser compreendidos, não avaliados, não
julgados, não ensinados. Facilitação exige compreensão e aceitação empática.
Mudanças e inovações que são decididas durante uma experiência intensiva de
grupo tem realmente mais probabilidade de implementação do que em outros casos.
É necessário que a educação, no seu sentido mais geral, tenha conhecimento e
seriedade das etapas de desenvolvimento infantil relacionadas à aprendizagem,
para que sejam adotadas práticas pedagógicas mais adequadas e consistentes,
assim como os educadores se detêm em
suas avaliações “pessoais” diante dos “problemas” de seus alunos e focalizam
sua atenção à dinâmica desses sujeitos nos processos cognitivo e afetivo, não
ficando, em muitos casos, unilaterais em suas conclusões precipitadas e
rotuladoras. A vida afetiva e cognitiva supõe relativamente a vida social, e o
professor (educador – facilitador) é um “mestre”, que juntamente com o aluno deve
trilhar por esta conquista.
O homem não nasce com a regulamentação
instintiva ao processo de adaptação ao mundo que o cerca, uma vez que quanto
mais desenvolvido é o cérebro de uma espécie maior seu poder de aprendizagem e
menor seu equipamento instintivo de adaptação.Percebemos então:
“Como
é fácil perceber, todo homem é uma criatura singular, presa a certas leis
naturais, mas livre para conceber outra. Essa incrível mistura de
possibilidades torna quase infinitos os tipos de” personalidades “existentes
entre os seres humanos.” (ANTUNES,
Celso, 2003. p. 13)
Partindo deste princípio, a escola deveria se preocupar em encontrar
caminhos para que o aluno compreenda a
sua singularidade como pessoa e o seu real valor e que está nesse planeta de
passagem, entenderia que é necessário viver plenamente cada minuto de sua
existência. Assim na relação aluno-professor entende-se que mesmo não sendo suficientemente livre para
optar em ter ou não seus ideais teriam a capacidade de valorizar suas ações
mesmo que pequenas.Descobriria que sua personalidade é única e própria ainda
que tenha traços comuns com outras pessoas, pois possui características
herdadas e outras que podem ser adquiridas através da convivência em grupo e
são estas que definem o seu caráter. Portanto é na escola e através do convívio com os demais que o aluno forma a
sua personalidade.“...enquanto seu temperamento pode ajudar a criar ou solucionar alguns
problemas não muito marcantes, seu
caráter mostra até que ponto você foi aprovada na gostosa arte de viver.” (ANTUNES, Celso, 2003, p. 14)
A formação do caráter tem fundamental
importância no convívio com as pessoas, pois nada impede que se possa educar e
por sua vez alterar a bagagem de qualidade ou defeitos herdados dos seus
antepassados mesmo que de forma lenta, é possível construir um caráter
produtivo, justo e amável.
A escola, através de sua filosofia,
e de seus educadores, pode influenciar o aluno, contudo cabe somente a ele
escolher a relação que terá no ambiente
que convive sendo produtivo ou destrutivo. Apenas suas vivências o farão
compreender este processo de transformação.
Vejamos o que diz a aluna B (EJA)
“Gosto de vir à aula, dos professores e dos colegas, o que me faz sentir assim
é o incentivo dado por todos e a
convivência do grupo”. O aluno C (EJA) “Trabalhamos o dia todo em serviço
pesado, se não gostasse da escola, dos professores e dos colegas eu não viria à
aula”. E o aluno C (3ª série) “Gosto de vir à escola porque a gente aprende um
monte de coisas com a professora e com os colegas”.
Celso Antunes (2003) explica que a
inteligência intrapessoal está ligada à maneira do indivíduo perceber sus
limitações e potencialidades. É a inteligência da auto-estima, que bem
desenvolvida apresenta pessoas otimistas, não porque leram alguns conselhos de
auto-ajuda e aplicaram por alguns dias, mas porque a imagem que fazem de si
mesmo é voltada para a alegria permanente de estar sempre em processo de
construção. Esse processo de construção
é reforçado na relação professor-aluno e aluno- grupo, quando ambos buscam o
crescimento pessoal, aprendizagem e o
bem estar coletivo com humildade e confiança. Afirma que toda pessoa com baixa
inteligência intrapessoal é desanimada e não busca estímulos para crescer por
ser prisioneira de suas limitações.
Para a escola não é tarefa fácil
transformar ou seja reeducar o aluno com baixa inteligência intrapessoal,
contudo não é impossível.
Fazendo uma avaliação coerente do
aluno com baixa inteligência intrapessoal o professor poderá ajudá-lo a progredir, oferecendo atividades que
dinamizam os princípios básicos de convivência, trabalhando todos os itens
interiores, procurando melhorar seu desempenho. Provavelmente os resultados
serão positivos e o aluno tornar-se-á um indivíduo de melhor trato, entretanto,
para que isso aconteça é necessário treinamento diário, continuo e coletivo,
onde a opinião de um auto-observador é de suma importância desde que siga
alguns critérios de observação.( ver vídeo em anexo a observação da aula de D,
Judite)
Comprovamos este processo na fala da
aluna B (EJA) referindo-se ao relacionamento do professor com o aluno e do
aluno com o grupo “Em sala de aula é importante
quando a professora trata o aluno de igual para igual , sabe explicar e
é atenciosa. O individual se transforma em coletivo”. [...] Aluno C (EJA) “Eu
gosto da educação oferecida nesta escola. Quando tem uma professora dedicada,
por mais que a gente faça uma pergunta ignorante, ela responde de uma maneira
que não ofende ninguém”.
O sucesso da aprendizagem do aluno
para Rubem Alves (2000), está na alegria da escola, no prazer que o professor
expõe seus ensinamentos e na relação
afetiva professor-aluno.
Numa época em que se busca uma visão
de mundo mais holística, global, sistêmica, que enfatiza o todo em vez das
partes, que busca o resgate de valores, das relações interpessoais solidárias e
cooperação mútua, da importância do toque e do abraço, é inadmissível uma
escola que não se inclua, não participe, não dê sugestões, não divida, não
compartilhe idéias e sugestões, sentimentos e emoções e que não respeite as
diferenças.
Torna-se, nesse sentido, de extrema necessidade para o educador pensar
na importância de valorizar o fator emocional
e o relacionamento para a formação e desenvolvimento da aprendizagem dos
mesmos. Por isso:
“Além
de uma ampliação de recursos para a leitura dos traços expressivos, desse
processo de leitura dos corpos e rostos espera-se contribuições para o trato
com as dinâmicas interativas desencadeadas
pelas emoções (...) Dantas propõe uma atmosfera saudável para a aprendizagem
suporia ainda uma elevação da temperatura afetiva, isto é, um sólido vínculo
afetivo entre o professor e o aluno.” (GALVÃO, 1998, p. 57-58).
Notadamente percebemos na observação do
trabalho da professora A (EJA), que em sala de aula possui uma relação de
afetividade, buscando o atendimento individualizado, mantendo a proximidade
física o que é de fundamental importância para a segurança do aluno, o que não
percebemos com a professora B ,por ser mais tímida, mantém um distanciamento do
aluno dando motivos para reclamações constantes. Cabe salientar que o aluno da
Educação de Jovens e Adultos, exige atenção maior (é mais carente) que o aluno
de séries iniciais. Na verdade todo ser humano gosta de ser tratado com afeto.
A inteligência intrapessoal e interpessoal
possui semelhanças como:
“Enquanto
a inteligência intrapessoal é da auto-estima, auto-respeito e, por analogia, a
auto-aceitação, a inteligência
interpessoal é a maneira como construímos nossas relações com outras
pessoas e a forma como nos sentimos completados quando em relação a essas
pessoas.” (ANTUNES, Celso, 2003, p.32)
Na escola encontram-se
rotineiramente, alunos que vivem isoladamente, amam a solidão,parecem ter
nascido para viver consigo mesmo, não se sentem bem com o grupo, não gostam de
barulho, transformando-se em adultos que não vivem o mundo “para fora” e
preferem cultuar seu interior, tendo assim uma inteligência interpessoal pouco
desenvolvida. Caberia, portanto, ao professor visualizar o problema buscando
soluções para que o aluno desenvolvesse esta inteligência para poder construir
um relacionamento amistoso com os quais convive.
Obviamente que não existe nada de errado
nas pessoas serem assim, desde que ao interagirem com outras pessoas sejam bem
aceitas e ao construírem seu mundo social, tendo como base o isolamento, mesmo
assim sintam-se felizes. O maior problema ocorre quando essas pessoas são
obrigadas a trabalhar com o público precisam abdicar à vida isolada com que
sonham, por isso é possível encontrar freqüentemente funcionários públicos
estáveis, com freqüente mau-humor onde prestam mau atendimento às pessoas.
Talvez, se possa assim também
justificar a atitude de muitos professores, que se encontram nas escolas
precisando trabalhar com seres humanos, se tornam, infelizes e grosseiros,
agridem os alunos tornando isso um desastre para a educação que:
“Com
absoluta certeza esse infeliz que se realizará como um pesquisador ou um
explorador, sempre terá muita dificuldade para administrar uma sala de aula
para compreender a dinâmica dos
diferentes grupos que a compõe e para conviver com uma ação profissional tão
“para fora” quanto a do magistério...o infeliz não está “errado” porque não
aprimorou sua inteligência interpessoal,
mas está profissionalmente deslocado conseqüentemente infeliz, por escolher uma
atividade em que a abertura para os outros é essencial. Seria muito bom se esse
professor treinasse sua inteligência interpessoal ....Garanto que é mais fácil
que procurar outra profissão.” (ANTUNES,Celso,
2003, p. 33)
Portanto se existe a necessidade de
trabalhar a inteligência interpessoal no aluno, há uma necessidade muito maior
de trabalhar no professor o desenvolvimento desta inteligência,pois como prova
a psicologia humana, o adulto possui maior dificuldade de desenvolver
aprendizagens, cabendo, então, a equipe gestora da escola detectar os problemas
e em conjunto, encontrar a solução pois, quando ambos os lados possuem essa
inteligência desenvolvida, as atividades fluem e a relação é fortificada com
cumplicidade.
Em relação aos profissionais em
geral, mesmo que não precisem utilizar a inteligência interpessoal, é
necessário tê-la razoavelmente desenvolvida para freqüentar sem opressão uma
escola e ser aceito por colegas e amigos
e ainda, para a construção familiar, desenvolvendo-se harmoniosamente,
estabelecendo relações úteis de convivência em sociedade.
Para Antunes, (2003) todo ser humano
que possui inteligência interpessoal desenvolvida precisa ter a capacidade de
empatia, isto é de sentir-se como o outro, tendo a capacidade em reconhecer a
emoção podendo ouvir com interesse,
consideração, legitimar o sentimento do outro e mostrar a capacidade de sentir
toda a extensão do mesmo; criticar o gesto que desaprova, jamais confundindo a
critica com a pessoa que praticou o gesto; ajudar as pessoas a nomear suas
emoções que ao perceber um sentimento contrário, buscar a identificação do
elemento que o caracteriza (raiva, frustração, ansiedade, insegurança, vingança
...) para posteriormente ajudar a superar. Por isso:“... nomear emoções pode
parecer uma atitude não muito importante mas na verdade funciona como uma mãe
que, ao ver que seu filho não está muito bem, procure inicialmente nomear seu
mal para dar inicio a cura.” (ANTUNES,Celso, 2003, p. 30)
Entretanto, o fator mais importante
da inteligência interpessoal, segundo o autor acima citado é encorajar a busca
para a solução de problemas de convivência, porém sugerir uma solução não
significa ter resposta pronta e certa para o problema, nem mesmo devem-se
transportar leis morais e aplicá-las ao acaso, pois os valores morais
estabelecidos pela sociedade todos já conhecem. Nesse caso, o que se espera é a
imparcialidade e a sensibilidade de sugerir uma saída por estar um pouco
distante do caso, sem exigências, com o intuito de ouvir e propor soluções,
contudo, caberá a quem está com o problema se deve ou não acatar a sugestão.
Por ser esta inteligência
determinada por herança biológica, a escola não tem poder para mudar os traços
biológicos mas poderá apresentar recursos que facilitarão a estimulação e
aprendizagem através da interação do
aluno que possui está dificuldade com os diversos segmentos da comunidade escolar.
Ë nesse aspecto que reside a necessidade da escola oferecer um ambiente de
alegria e acolhimento a todos os alunos que ali chegam.
“...ignore generalizações e veja em cada
pessoa algo absolutamente incomparável e único. Se os seres humanos, fisicamente,
são diferentes [...] são ainda muito mais singulares e
únicos na forma como vivem e como pensam, como escolhem seus amigos e
elegem seus valores. [...] Quero mostrar que a
confiança em si mesmo, a auto-estima e o autocontrole são elementos que
se treinados podem nos levar a viver melhor.” (ANTUNES, Celso, 2003, p. 47 e
51)
Por ser movido pelas emoções e sentimentos o
aluno deve ser compreendido no ambiente escolar pelo grupo, somente assim
haverá harmonia e aprendizagem.